"Algum dia, em qualquer parte, indubitavelmente, terás que te encontrar contigo mesmo. E só depende de ti que seja a mais amarga de tuas horas, ou teu melhor momento."

M. de Combi

(portugueses falam o "S" como os cariocas)

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nossa! que baixo astral.

Minha segunda experiência não foi das melhores, mas ainda dava pra piorar.

Foi em outubro de 2009, quando fui pra Barcelona com outros brasileiros que também estavam cá em Portugal a estudar.

A localização não podia ser melhor! Mas, fora isso, dava pra melhorar BEM!

O Sérgio ficou em um quarto com mais 15 pessoas, se não me falha a memória. Eu e as outras 3 meninas dividimos o quarto com mais 4 seres humanos desconhecidos. Como se não bastasse dormir em um quarto misto de 8 pessoas, onde as beliches ficavam TÃO próximas que pra conseguir passar entre elas você tinha que andar de lado (tipo um siri), a gente teve que dividir o banheiro com, mais ou menos, 20 pessoas (sendo otimista!). Eu, que não sou das mais nojentas, confesso que tinha que passar o dia inteiro me preparando psicologicamente pro banho da noite.

Fora isso, o café da manhã (que era gratuito) só deu as caras em metade dos dias que ficamos lá. A cozinha estava quebrada, portanto não podia ser utilizada e a internet só funcionava se você ficasse sentada nas escadas, que estavam longe de ser minimamente confortáveis.

Estão achando mal? Então não vou nem comentar que 2 dos meninos que estavam no nosso quarto ficavam praticamente o dia inteiro lá dentro a fumar haxixe.

É, meu caro... o que a gente não faz pra economizar, não é mesmo?

Eu só me hospedei em hostels 5 vezes na minha vida, mas acho que já tenho histórias interessantes pra dividir.

O engraçado de hostel é que é sempre aquela caixinha surpresa, não é? Pode ser espetacular, neutro ou um pesadelo (talvez como todas as outras coisas do mundo, mas enfim...). Pelo menos foi isso o que a minha não muito vasta experiência no assunto me mostrou.

A primeira vez que me hospedei em um hostel foi em julho de 2007, em uma viagem de família. A reserva foi feita pelo meu pai, então só ele sabia, mais ou menos, o que nos esperava. Pro resto da família foi, digamos, um choque. A gente tinha acabado de sair de Londres, onde a gente se hospedou em um hotel normal. Daqueles com cara de hotel mesmo, onde os quartos ficam em corredores intermináveis, o carinha da recepção usa aqueles uniformes de filme, o quarto é aquele bem típico de hotel, com uma porta que abre com um cartão magnético, carpete no chão, lençol gostoso, toalha macia, abajur do lado de cada cama, um criado mudo com mil botões onde você liga a luz, o rádio, a TV, o ar condicionado, etc e um banheiro sem janela. Bom, saímos de um quarto de hotel com a maior cara de quarto de hotel e caímos de pára-quedas em Amsterdam, num quarto de hostel com camas que me lembravam aquelas de quartel (que fazem um nhéc nhéc infernal até quando você respira um pouco mais fundo), um chão de madeira velho pra caramba cheio de farpinhas que grudavam na meia, um banheiro tão estranho que o menos esquisito era a porta tipo saloon (que não vai nem até o chão nem até o teto), um box que não tinha porta e vizinhos... incomuns: um coffee shop, onde você podia comprar maconha de todos os tipos que você conseguir imaginar e um puteiro, onde você podia comprar todo tipo de... bom, acho que já conseguem imaginar.

Mas quer saber? No final das contas correu tudo muito bem! Eu não ousaria lamber o chão, mas também não posso dizer que o lugar era sujo. Era super bem localizado, barato, com internet grátis, café da manhã bem simples mas gostoso e, o melhor, rendeu MUITAS risadas.